Por
Shirley Marciano
A
greve dos professores de instituições federais de ensino superior
parece ter chegado ao seu ápice. Já são 95% em greve, de acordo
com informações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior – Andes
A
greve, iniciada em 17 de maio, reivindica a criação de uma carreira
única, com incorporação das gratificações em 13 níveis
remuneratórios. Também quer variação de 5% entre níveis a partir
do piso para o regime de 20 horas, correspondente ao salário mínimo
do Dieese (atualmente calculado em R$2.329, 35) e percentuais de
acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho.
Os
sindicalistas reclamam do Fórum onde é negociado. Para eles, o
ministério do Planejamento é inadequado por não se tratar de uma
negociação numérica e sim qualitativa, que deveria levar em
consideração um dos maiores pilares de desenvolvimento de um país
– a educação.
O
ministério da Educação - MEC tem participado, mas de forma muito
contida, mas afirmou ter uma proposta de plano de carreira, que
deverá apresentar na próxima reunião junto ao ministério do
Planejamento.
A
Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, unidade São José dos
Campos, também aderiu à greve. Nos outros campi houve participação
dos alunos por melhores condições nas instalações. Em São José,
por ter um campus relativamente bom, se comparado a outros, não
houve iniciativas dessa natureza. “ A greve aqui é baseada mesmo
em melhores salários e a um plano de carreira mais adequado”,
afirma Armando Zeferino Milioni, professor e diretor da Unifesp.
Um
dos grandes argumentos dos professores é a discrepante distribuição
do orçamento. Hoje o Brasil gasta 47,19% do orçamento da União com
dívida interna, enquanto que a educação recebe apenas 3,18%.
É interessante lembrar que, sempre que há intenção do governo em economizar, os salários dos servidores públicos são os primeiros a vir à baila como um “problema” a ser adiado.
No
dia 13/07, o governo apresentou uma proposta de aumento salarial que
pode chegar a 45% até 2015. No entanto, o sindicato, em 15/07,
emitiu nota propondo a continuidade da greve.
(Para
SindCT, 16)
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