quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

SindCT visita unidades no Nordeste


Por Shirley Marciano


Entre os dias 16 e 20 de janeiro, o SindCT esteve no INPE e no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), ambos em Natal (RN). Também visitou o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão e o INPE de Eusébio (CE).

O objetivo é a entrega dos cheques relativos ao processo de devolução de expurgos inflacionários ocorridos durante os planos econômicos Verão, Collor e URP.

Em maio de 1992, o SindCT propôs, em nome da categoria, processo no qual reivindica o direito àdevolução dos expurgos inflacionários ocorridos durante os planos econômicos Verão, Collor e URP.

Após forte batalha jurídica, o SindCT obteve ganho no gatilho inflacionário da URP do 1o ao 7o dia de abril de 1.988 e já está entregando os valores, inclusive nas unidades mais distantes da entidade.

“Essas visitas são também oportunidades para ouvir os trabalhadores, conhecer mais o seu dia a dia de trabalho e saber suas preocupações e dificuldades enfrentadas, principalmente nos locais onde é mais difícil o nosso acesso”, destacou o presidente do SindCT, Ivanil Elisiário Barbosa.


O assunto mais recorrentemente abordado pelos servidores tem sido a necessidade de reajuste de salário, mas há também problemas localizados, como por exemplo, para quem trabalha no CLA. A cidade de Alcântara, por ser de menor porte, não possui boa estrutura de lazer e serviço, como a capital São Luís, mas, pela dificuldade para se deslocar para o trabalho, esta torna-se uma opção inviável.

A travessia para chegar ao CLA é de 90 minutos de barco. Contudo, esse tempo poderia ser reduzido se a lancha da Aeronáutica estivesse funcionando. Atualmente ela passa por adequações e reparos. Para Arley Silva, colaborador no CLA, foi muito importante a visita do SindCT.

“O estabelecimento deste canal, propicia uma maior interação entre a categoria e o sindicato para que possamos ser ouvidos com relação às nossas dúvidas, problemas e outras demandas trabalhistas e jurídicas”, disse.
As visitas continuam para entrega dos cheques e, havendo qualquer dúvida, basta entrar em contato com o SindCT.

INPE Eusébio-CE 
Desenvolve atividades relacionadas com pesquisas nas áreas de Geodésia Espacial, Geodinâmica, Geomagnetismo, Astrofísica, Física da Ionosfera e Processamento Inteligente de Sinais.

INPE-MA 
Possui importantes serviços de coleta de dados como o Sistema Nacional de Dados Ambientais (SINDA). Os dados são obtidos através das Plataformas de Coletas de Dados (PCDs).

Também mantém estudo de uma missão espacial para coleta de dados ambientais por meio de nano-satélites, dentre outros importantes projetos e pesquisas.

CLA 
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) tem a missão de colocar no espaço equipamentos altamente sofisticados de pesquisa, de coleta de dados, de telecomunicação, de sensoriamento remoto e de inúmeras outras aplicações.

CLBI 
O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) basicamente possui as mesmas funções do CLA, no entanto, em suas instalações são lançados equipamentos de menor porte. O órgão vem cuidando dos rastreamento de veículos lançados tanto a partir do solo brasileiro, quanto dos lançadores franceses a partir das Guianas.



Programa Espacial Brasileiro: breve histórico 
Alcântara é uma cidade com menos de 20 mil habitantes. O tempo parece passar lentamente na pequena cidade.
Ali, próximo do cais, a pouco mais de 20 km, encontra-se o Centro de Lançamento de Alcântara, onde se desenrola uma página dramática da história brasileira. O Programa Espacial Brasileiro (PEB) iniciou sob a designação da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB).

A Missão exigiu no seu curso a construção de um centro de lançamento de um foguete genuinamente brasileiro que colocaria em órbita terrestre um satélite igualmente projetado, desenvolvido e fabricado no Brasil.
O centro de lançamento foi construído próximo à cidade de Alcântara e à capital São Luís. Esta posição é a de maior velocidade periférica da Terra, favorável aos lançamentos por propiciar enorme economia de combustível. De acordo com Ivanil, “no CLA tudo em suas instalações reflete modernidade.

A sala de controle fica junto ao prédio do comando, distante da plataforma de lançamento”. A sala tem inúmeras posições operacionais, cada uma dotada de monitor e de um mosaico de botões e chaves.
Ali são desenrolados sofisticados protocolos operacionais, especialmente desenvolvidos como parte de um procedimento certificado conforme rígidos padrões de segurança e qualidade.

“O PEB enfrentou e enfrenta muitos desafios tecnológicos, como a falta de infraestrutura e de recursos humanos e materiais, decorrentes da falta de política adequada em face ao tamanho da missão”, relembra.
O pior momento ocorreu em 2003: uma tragédia ceifou a vida de 21 pessoas, técnicos e engenheiros que terminavam os preparativos de lançamento da última versão do Veículo Lançador de Satélites. A Torre Móvel de Integração (TMI) ficou totalmente destruída.
Desde então, muitos procedimentos foram adotados, entre eles a reconstrução da TMI. Nesta reconstrução, uma grande preocupação com segurança se reflete nas rotas de escape e nas portas corta-fogo da torre anexa, que dá acesso ao fosso de segurança e cujapressão ambiental positiva impede a entrada de gases tóxicos e fumaça.

Ela está dentro de um sistema de proteção contra descargas elétricas e interferências eletromagnéticas. A casa-mata replica os comandos da sala de controle, cuja equipe segue simulando incessantemente os já citados protocolos.

A nova TMI está sendo preparada para a primeira integração do VLS, ainda em 2012, um modelo inerte, sem combustível de verdade, mas com todas as características geométricas e de peso preservadas.
Este será o último evento de grande porte antes que receba um VLS pronto para integração e que deverá decolar em 2013.
O tenente-coronel Demétrio, um experiente engenheiro, está à frente deste aparato. Por ter sido recentemente transferido da função de gerente de Projeto do foguete, ele conhece como poucos a intimidade do VLS.

“A comunidade do INPE e do DCTA está voltada para este jovem e entusiasmado comandante, que fala com alegria e confiança de seu trabalho e de sua equipe”, diz Ivanil.
“O êxito da próxima campanha do VLS vem coroar três décadas de investimentos, a vida de uma geração de trabalhadores, a superação de muitos obstáculos e a elevação da ciência e da tecnologia brasileira para um novo patamar de reconhecimento internacional.
Quem sabe então, a partir daí, se possa de fato direcionar políticas que possibilitem executar o capítulo da recém lançada Estratégia Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação referente ao desenvolvimento aeroespacial”, conclui o presidente do SindCT.

(Para SindCT,11)