Por Shirley Marciano
Entre
os dias 16 e 20 de janeiro, o SindCT esteve no INPE e no Centro de
Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), ambos em Natal (RN).
Também visitou o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no
Maranhão e o INPE de Eusébio (CE).
O
objetivo é a entrega dos cheques relativos ao processo de devolução
de expurgos inflacionários ocorridos durante os planos econômicos
Verão, Collor e URP.
Em
maio de 1992, o SindCT propôs, em nome da categoria, processo no
qual reivindica o direito àdevolução dos expurgos
inflacionários ocorridos durante os planos econômicos Verão,
Collor e URP.
Após forte batalha jurídica, o SindCT obteve ganho
no gatilho inflacionário da URP do 1o ao 7o dia de abril de 1.988 e
já está entregando os valores, inclusive nas unidades mais
distantes da entidade.
“Essas visitas são também oportunidades
para ouvir os trabalhadores, conhecer mais o seu dia a dia de
trabalho e saber suas preocupações e dificuldades enfrentadas,
principalmente nos locais onde é mais difícil o nosso acesso”,
destacou o presidente do SindCT, Ivanil Elisiário Barbosa.
O
assunto mais recorrentemente abordado pelos servidores tem sido a
necessidade de reajuste de salário, mas há também problemas
localizados, como por exemplo, para quem trabalha no CLA. A cidade de
Alcântara, por ser de menor porte, não possui boa estrutura de
lazer e serviço, como a capital São Luís, mas, pela dificuldade
para se deslocar para o trabalho, esta torna-se uma opção inviável.
A
travessia para chegar ao CLA é de 90 minutos de barco. Contudo, esse
tempo poderia ser reduzido se a lancha da Aeronáutica estivesse
funcionando. Atualmente ela passa por adequações e reparos. Para
Arley Silva, colaborador no CLA, foi muito importante a visita do
SindCT.
“O
estabelecimento deste canal, propicia uma maior interação entre a
categoria e o sindicato para que possamos ser ouvidos com relação
às nossas dúvidas, problemas e outras demandas trabalhistas e
jurídicas”, disse.
As
visitas continuam para entrega dos cheques e, havendo qualquer
dúvida, basta entrar em contato com o SindCT.
INPE
Eusébio-CE
Desenvolve atividades
relacionadas com pesquisas nas áreas de Geodésia Espacial,
Geodinâmica, Geomagnetismo, Astrofísica, Física da Ionosfera e
Processamento Inteligente de Sinais.
INPE-MA
Possui
importantes serviços de coleta de dados como o Sistema Nacional de
Dados Ambientais (SINDA). Os dados são obtidos através das
Plataformas de Coletas de Dados (PCDs).
Também mantém estudo de
uma missão espacial para coleta de dados ambientais por meio de
nano-satélites, dentre outros importantes projetos e pesquisas.
CLA
O
Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) tem a missão de colocar no
espaço equipamentos altamente sofisticados de pesquisa, de coleta de
dados, de telecomunicação, de sensoriamento remoto e de inúmeras
outras aplicações.
CLBI
O
Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) basicamente
possui as mesmas funções do CLA, no entanto, em suas instalações
são lançados equipamentos de menor porte. O órgão vem cuidando
dos rastreamento de veículos lançados tanto a partir do solo
brasileiro, quanto dos lançadores franceses a partir das Guianas.
Programa
Espacial Brasileiro: breve
histórico
Alcântara é uma cidade
com menos de 20 mil habitantes. O tempo parece passar lentamente na
pequena cidade.
Ali,
próximo do cais, a pouco mais de 20 km, encontra-se o Centro de
Lançamento de Alcântara, onde se desenrola uma página dramática
da história brasileira. O Programa Espacial Brasileiro (PEB)
iniciou sob a designação da Missão Espacial Completa Brasileira
(MECB).
A
Missão exigiu no seu curso a construção de um centro de lançamento
de um foguete genuinamente brasileiro que colocaria em órbita
terrestre um satélite igualmente projetado, desenvolvido e fabricado
no Brasil.
O
centro de lançamento foi construído próximo à cidade de Alcântara
e à capital São Luís. Esta posição é a de maior velocidade
periférica da Terra, favorável aos lançamentos por propiciar
enorme economia de combustível. De acordo com Ivanil, “no CLA tudo
em suas instalações reflete modernidade.
A
sala de controle fica junto ao prédio do comando, distante da
plataforma de lançamento”. A sala tem inúmeras posições
operacionais, cada uma dotada de monitor e de um mosaico de botões e
chaves.
Ali
são desenrolados sofisticados protocolos operacionais, especialmente
desenvolvidos como parte de um procedimento certificado conforme
rígidos padrões de segurança e qualidade.
“O
PEB enfrentou e enfrenta muitos desafios tecnológicos, como a falta
de infraestrutura e de recursos humanos e materiais, decorrentes da
falta de política adequada em face ao tamanho da missão”,
relembra.
O
pior momento ocorreu em 2003: uma tragédia ceifou a vida de 21
pessoas, técnicos e engenheiros que terminavam os preparativos de
lançamento da última versão do Veículo Lançador de Satélites. A
Torre Móvel de Integração (TMI) ficou totalmente destruída.
Desde
então, muitos procedimentos foram adotados, entre eles a
reconstrução da TMI. Nesta reconstrução, uma grande preocupação
com segurança se reflete nas rotas de escape e nas portas corta-fogo
da torre anexa, que dá acesso ao fosso de segurança e cujapressão
ambiental positiva impede a entrada de gases tóxicos e fumaça.
Ela
está dentro de um sistema de proteção contra descargas elétricas
e interferências eletromagnéticas. A casa-mata replica os comandos
da sala de controle, cuja equipe segue simulando incessantemente os
já citados protocolos.
A
nova TMI está sendo preparada para a primeira integração do VLS,
ainda em 2012, um modelo inerte, sem combustível de verdade, mas com
todas as características geométricas e de peso preservadas.
Este
será o último evento de grande porte antes que receba um VLS pronto
para integração e que deverá decolar em 2013.
O
tenente-coronel Demétrio, um experiente engenheiro, está à frente
deste aparato. Por ter sido recentemente transferido da função de
gerente de Projeto do foguete, ele conhece como poucos a intimidade
do VLS.
“A
comunidade do INPE e do DCTA está voltada para este jovem e
entusiasmado comandante, que fala com alegria e confiança de seu
trabalho e de sua equipe”, diz Ivanil.
“O
êxito da próxima campanha do VLS vem coroar três décadas de
investimentos, a vida de uma geração de trabalhadores, a superação
de muitos obstáculos e a elevação da ciência e da tecnologia
brasileira para um novo patamar de reconhecimento internacional.
Quem
sabe então, a partir daí, se possa de fato direcionar políticas
que possibilitem executar o capítulo da recém lançada Estratégia
Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação referente ao
desenvolvimento aeroespacial”, conclui o presidente do SindCT.
(Para
SindCT,11)
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