segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Indústria Espacial Perde Fôlego, diz Estudo do IPEA




O Vale, 08 de setembro de 2012

Órgão aponta que o polo industrial é dependente de
contratos com o INPE e o DCTA, em São José

Chico Pereira

Estudo elaborado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Aplicada) aponta que a indústria espacial brasileira, que tem seu principal polo científico, tecnológico e empresarial estabelecido em São José dos Campos, precisa de mais competitividade e sustentabilidade.

De acordo com o IPEA, que é vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o polo industrial que atende as atividades espaciais do Brasil é dependente de contratos com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), ambos sediados em São José, e que são os responsáveis pelo programa espacial nacional.

O INPE projeta, produz e opera satélites. O DCTA desenvolve lançadores.

Vulnerável - Pelo estudo do IPEA, as indústrias reúnem mão de obra altamente qualificada, mas são vulneráveis do ponto de vista econômico, porque dependem em grande parte de encomendas governamentais.

“Em razão do aporte irregular de recursos governamentais nos programas espaciais, o setor vivencia períodos de incerteza e muitas empresas acabam mudando de ramo ou até mesmo fechando”, disse Flávia Schmit, diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do IPEA.

O trabalho do IPEA identificou que parte das empresas do setor é formada por micro e pequenos estabelecimentos e que a atuação das companhias privadas está restrita ao fornecimento de peças, componentes e subsistemas encomendados pelo INPE e pelo DCTA.

No total, foram identificadas pelo IPEA 39 fornecedoras do Programa Nacional de Atividades Espaciais.

A diretora do IPEA lembra que o Brasil figura no seleto grupo de países que desenvolvem programas espaciais.

“Por isso torna-se importante a manutenção e ampliação do polo espacial bem articulado, para a continuidade dos programas e formação de mão de obra altamente qualificada para o segmento”, afirmou Flávia Schmit.

A especialista alerta ainda para a necessidade de maior amplitude na cooperação e interação dos institutos responsáveis pelos projetos espaciais (INPE e DCTA) com o setor industrial.

“Vale lembrar que a tecnologia desenvolvida para a área espacial tem aplicações no dia-a-dia do cidadão, que praticamente desconhece isso. Seria interessante uma maior divulgação dessa sinergia”.

Estudo - Trabalho do IPEA analisa desafios e oportunidades para a indústria espacial emergente do Brasil

Estudo Sobre a Indústria Espacial

Vulnerável

O estudo aponta que o setor é vulnerável e precisa de mais competitividade e sustentabilidade

Polo

Pelo trabalho, o principal polo científico, tecnológico e empresarial do segmento está instalado em São José

Empresas

Foram identificadas 39 empresas fornecedoras do Programa Nacional de Atividades Espaciais

Compras

O polo depende de compras governamentais, notadamente do INPE e do DCTA

Irregular

Estudo aponta necessidade de aporte de recursos regulares nos projetos

Participação é Considerada Prioridade

São José dos Campos - O presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), José Raimundo Coelho, disse que no novo período de metas do PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais), entre 2015-2020, a participação da indústria nacional será uma das principais prioridades da ofensiva, juntamente com a implantação de um programa de domínio de tecnologias críticas consideradas críticas.

“A formação e capacitação de pessoal, bem como a ampliação da cooperação internacional serão também temas de prioridade do programa”, afirmou em nota o presidente da Agência Espacial.

Ele destacou que a inconsistência nos investimentos deve ser evitada em qualquer atividade, notadamente na pesquisa e no desenvolvimento do setor aeroespacial.

Coelho frisou que estas variações estão se tornando menos “críticas nos últimos anos” nesse segmento, que é estratégico para o país.

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